Doença Renal: Diagnóstico e Tratamento
A doença renal, também chamada de doença renal crônica, é a doença mais comum dos rins. A maioria das pessoas infelizmente não sabe que é portadora, pois esse problema não apresenta sintomas nos estágios iniciais. Essa doença geralmente é encontrada em portadores de hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus. Descubra como suspeitar de doença renal crônica.
Suspeita-se de doença renal quando o paciente apresenta hipertensão arterial ou diabetes, que são doenças muito frequentes e são as principais causas de doença renal crônica. Além dessas doenças, a presença de infecções urinárias de repetição, cálculos renais, obesidade, alguns tipos de cistos renais e doenças da via urinária como alterações na bexiga e próstata podem ser causas de doença renal. Não raramente, através de um ultrassom, uma pessoa descobre que nasceu com um rim ou ele atrofiou durante a vida. A identificação de pacientes com essas condições é importante para o diagnóstico da doença renal crônica.
Pessoas que já tiveram insuficiência renal, fizeram ou fazem diálise, são transplantados renais ou tiveram que retirar parte de um rim ou um rim inteiro já são portadoras de doença renal crônica e o seu médico principal deve ser um médico nefrologista.
Médico Especialista em Doença Renal Crônica:
O médico especialista em doença renal é o Nefrologista.
Dr. Miguel é médico nefrologista especialista em doença renal em Manaus. Ele é médico nefrologista da Fundação Hospital Adriano Jorge, fazendo parte da equipe de nefrologia deste hospital.
Dr. Miguel Moura é médico especialista em nefrologia pela Universidade de São Paulo (USP-RP). Os seus estudos foram exatamente sobre doenças dos rins e trabalhou durante muitos anos com portadores de doença renal crônica em estágio 5, também chamado de doença renal em estágio terminal.
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O que é doença renal?
A doença renal crônica (DRC), é a doença mais comum dos rins, levando milhares de pessoas todo ano a precisarem de diálise ou transplante renal. No Brasil, a doença vem com aumento progressivo no número de casos, tendo uma prevalência estimada de 3 a 5 milhões de pessoas.
Ela é classificada em níveis de gravidade, sendo que o estágio 1 é o mais leve e o estágio 5, o mais grave, indicando uma necessidade de uma terapia renal substitutiva. O estágio 5 também pode ser chamado de doença renal em estádio final ou mesmo insuficiência renal avançada.
Não é todo portador de doença renal crônica que precisa fazer diálise ou transplante renal e tanto o tratamento quanto o seguimento com um nefrologista são essenciais para a manutenção da saúde renal e evitar a progressão para a doença renal em estádio final.
Como é feito o diagnóstico da doença renal?
Como a doença é assintomática até o estágio 3, a identificação dos pacientes portadores dos problemas associados à doença renal (hiperlink para o 2o parágrafo) é a única pista para diagnosticarmos a doença renal.
A partir do estágio 3, podem aparecer graus variados de anemia, fadiga, fraqueza, inapetência, coceiras, inchaços e hipertensão arterial (aparecimento de hipertensão ou piora dos níveis em um paciente previamente já hipertenso).
Quando a doença é diagnosticada no início, muitas vezes a única alteração presente é a queda do ritmo de filtração renal, abaixo de 60 mililitros por minuto. O exame de urina também pode apresentar alterações como diminuição da densidade urinária ou presença de proteínas na urina. Com o passar do tempo, o ultrassom renal pode mostrar aumento ou diminuição do tamanho, além de perda de sua estrutura normal. Alterações na quantidade de ácidos e de íons como potássio também podem também representar uma doença renal.
A condição necessária para que essas alterações citadas acima indiquem doença renal crônica é a presença delas por pelo menos 3 meses.
Além de diagnosticar o paciente com doença renal crônica, precisamos entender o motivo que levou a essa doença renal para podermos estimar o risco de piora dessa doença e a sua gravidade. Por exemplo, um paciente que possui doença renal crônica pelo diabetes e já tem doença cardíaca apresenta mais chances de piorar rapidamente do que um paciente portador de doença renal crônica por ter doado um rim e não possuir outras doenças.
Essa definição do risco é feita pelo médico nefrologista especialista em doenças renais.
A definição de risco de piora renal é importante para instituir medidas gerais e específicas pra doença renal, além do tratamento das doenças associadas como hipertensão e diabetes.
Qual o tratamento para a doença renal?
A doença renal é causada diretamente pela falta de tratamento adequado de duas doenças muito comuns na população: hipertensão e diabetes. Essas duas doenças e a própria doença renal crônica geralmente apresentam poucos ou nenhum sintoma nas fases iniciais, como citado anteriormente.
Se quiser saber mais sobre o que é a doença renal crônica, clique aqui
Atualmente, existem remédios que ajudam a controlar a hipertensão e o diabetes e, ao mesmo tempo, retardam a piora da função renal nesses pacientes. Não são todos os remédios para hipertensão e diabetes que mudam a evolução da doença renal, e o médico nefrologista especialista em doenças renais é o melhor profissional para tratar a doença renal crônica associada à hipertensão e diabetes.
A partir do estágio 3 da doença renal crônica, podem aparecer sintomas como a anemia e sinais de doença óssea, devido a falta de produção de hormônios pelo rim, os quais devem ser repostos. Além disso, em alguns pacientes, a retenção de líquidos se torna um problema, necessitando de restrição de água e maior restrição de sódio, além de medicamentos diuréticos.
As medicações para controle da doença renal não conseguem reverter um dano já estabelecido, mas conseguem parar o processo de lesão e estabilizar a função renal.
Como toda doença crônica, as atividades físicas regulares e bons hábitos alimentares são fundamentais no tratamento, devendo seguir uma dieta saudável para doenças dos rins (hiperlink)
A prescrição de atividade física em pessoas acima de 35 anos ou com história familiar para doenças cardíacas deve passar primeiro por uma avaliação da condição cardiopulmonar do paciente, através de exames de checkup básicos feitos por um médico.
A obesidade é fator de risco para doença renal crônica, diretamente causando dano renal em populações específicas e indiretamente, através da associação do excesso de peso com hipertensão e diabetes, devendo ser combatida com dieta, mudanças de pensamento e estilo de vida, ou até mesmo em casos refratários, com procedimentos invasivos como cirurgia bariátrica.
O seu médico pode recomendar a aplicação de algumas vacinas como hepatite B, pneumocócica e gripe (influenza).
Para aqueles que possuem uma doença renal crônica a partir do estágio 4, pode ser indicado um transplante renal, a depender de suas condições gerais de saúde.
Alguns dos medicamentos específicos utilizados para retardar a progressão da doença renal são:
- Losartana, olmesartana, valsartana e afins
- Captopril, enalapril e afins
- Dapagliflozina, empagliflozina e afins
- Metformina
- Prednisona, micofenolato, tacrolimus, ciclosporina, ciclofosfamida, rituximab e outros
Obs: medicamentos devem ser prescritos dentro de um contexto específico de cada paciente, sendo que alguns pacientes não podem fazer uso, ou necessitam de ajuste de dose. Alguns pacientes precisam de doses menores e há necessidade de acompanhamento dos efeitos benéficos e colaterais ao longo do tempo. Não se automedique.
Dieta saúdável para evitar e controlar doenças renais
1. Evitar alimentos ricos em sódio:
- Alimentos processados: Alimentos enlatados, embalados, congelados ou pré-cozidos costumam ter muito sódio adicionado como conservante. Isso inclui sopas enlatadas, macarrão instantâneo, molhos de tomate prontos, carnes processadas, entre outros.
- Fast food: Hamburgueres, batatas fritas, pizzas, sanduíches e outros alimentos de fast food podem conter altas quantidades de sódio.
- Salgadinhos e petiscos: Batatas fritas, pipocas de micro-ondas, bolachas salgadas e outros petiscos costumam ser ricos em sódio.
- Molhos e condimentos: Molho de soja, ketchup, maionese, molho inglês e outros condimentos podem ter quantidades significativas de sódio.
- Queijos e alimentos lácteos: Queijos, iogurtes e outros alimentos lácteos podem conter sódio adicionado para melhorar o sabor.
É importante ler os rótulos dos alimentos para identificar a quantidade de sódio e escolher opções mais saudáveis e com menor teor de sódio. Além disso, é recomendado limitar o consumo de alimentos processados e fast food e optar por alimentos frescos e naturais.
2. Evitar alimentos ricos em fósforo:
- Produtos lácteos: Leite, iogurte, queijo e outros produtos lácteos são ricos em fósforo, especialmente o queijo parmesão e a ricota.
- Carnes e peixes: Carne vermelha, frango, peru, peixe e frutos do mar são fontes ricas em fósforo.
- Grãos e cereais: Trigo, arroz integral, aveia, cevada e outros grãos e cereais são fontes significativas de fósforo.
- Nozes e sementes: Amêndoas, nozes, amendoim, sementes de abóbora e girassol são ricas em fósforo.
- Leguminosas: Feijão, lentilha, grão-de-bico e outras leguminosas são fontes de proteína e fósforo.
3. Limitar a quantidade de proteína:
Limitar a quantidade de proteínas diária em até 1 grama por quilograma de peso por día, idealmente com proteínas de alto valor biológico. Em alguns casos mais avançados de doença renal, há necessidade de uma restrição maior de proteínas.
4. Controle na ingesta de líquidos e de potássio:
Em estágios mais avançados de doença renal, pode ser necessário um controle na ingesta de líquidos e de potássio.
Para orientações específicas sobre quantidades dos nutrientes necessários para uma boa saúde renal, consulte um nutricionista especializado em doenças renais ou seu médico nefrologista especialista em doenças renais.
Em casos graves e sem tratamento de um médico nefrologista, a doença renal pode evoluir para insuficiência renal avançada e necessidade de uma terapia de substituição renal, que pode ser a hemodiálise, a diálise peritoneal e o transplante renal.
Para saber mais sobre o que é a doença renal, clique aqui.
FONTE:
Sociedade Brasileira de Nefrologia – www.sbn.org.br